segunda-feira, abril 02, 2007

Uma explosão do passadão...

...não soa tão bem como "a blast from the past".

Contudo, por razões variadas (sendo uma proposta de uma leitora uma delas), resolvi postar um exemplo do que acontece quando o sr. Kromgar dedica algum do seu tempo à escrita na língua de Camões, numa tentativa medíocre de o fazer como Camões o fazia.

Visto me encontrar fisicamente cansado (deitar tarde e "cedo" levantar, dá em passar o dia a bocejar), preferi recorrer aos pseudo-arquivos que existem algures cá por casa e postar uma das "obras" lá guardadas.

E cá vai:

Chamei-lhe: "Poema a Inês" e era dedicado, adivinhem lá, a uma rapariga chamada Inês.

Chuva prateada, doce luar,
iluminação do viver,
Por mais que brilhe,
nunca conseguirá igualar,
os gentis gestos da filha de sol
que anda por entre nós mortais.
E embora não seja capaz da total devoção
que tal ser merece,
eu tento e falho miseravelmente,
apenas para lhe agradar, compôr algumas palavras
que lhe façam quase nenhuma injustiça.

Flor que faz o jardim,
Gota que faz o oceano,
Estrela que faz o céu,
eternamente aquela,
que dá vida e alma,
aos seres com quem se cruza.

Agradeço às entidades criadoras,
a honra que me foi dada,
o verdadeiro clímax
da minha infame existência.
Agradeço por me terem concedido
a graça de te conhecer,
de contigo trocar palavras,
de ter podido estar contigo.

Descansarei em paz,
quando souber que tal musa
encontrou a derradeira recompensa,
entre as trevas do planeta safira,
entre a neblina das árvores,
entre a bruma das rochas,
em alguma alma sortuda,
algum ser, cuja essência
terá certamente provado
o mais doce dos sabores,
o mais belo dos aromas.

É, por tanto, agora
que findo esta saudação
sem rima, sem cantiga,
apenas com alma e coração.

Kromgar Frostfang, 06/02/2004

Sem comentários: